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Literatura

Novos talentos

M. Buchala, lança seu livro

'' VP Vagabundos de Plantão -  A Tropa sempre é prioridade''

AVM: Você escreve desde aos 12 anos, já chegou a escrever outros livros? 

MB: Na verdade quando eu digo que comecei a escrever aos 12 anos foram livros mesmo, não foi é só aquela coisa inicial de escrever somente poemas, geralmente sempre começamos a escrever coisas mais leves, minha mãe disse que eu já comecei a escrever histórias com 5 anos. 
 
AVM: E quando começou a compartilhar com outras pessoas? 

 

MB: Na época de escola, naquela coisa de adolescente, de você ter a sua turminha de amigas, a turminha do menino que você gosta. Ai eu vivia inventando histórias na hora, tendo como personagens os meninos que nós gostávamos e eu e minhas amigas se reuniam e ficavam ouvindo eu contar a história a aula inteira, eu lavava vários bilhetinhos de advertência por conta disso. ( risos)  
 

AVM: Você chegou a escrevê-las? 
 
MB:
Comecei a escrever um livro com essas histórias, aquela coisa bem adolescente claro, não tinha nenhuma experiência em escrever. E lembro que eu imprimia os capítulos em folha sulfite na minha casa e levava para aula, ficava eu e os meus amigos lendo na aula de física, que ninguém gostava. 
 
E ai todo mundo ficava passando o capítulo um para o outro e nessa eu acabei escrevendo 4 livros, mas eu nunca levei para frente, apareci no jornal da TV local da  minha cidade, São José do Rio Preto , fui falar sobre o livro, sobre ser uma jovem escritora porque eu tinha os meus 13 anos.  
 
AVM: Sempre quis ser escritora? 
 

MB: Na verdade eu nunca levei para frente porque eu achava que era uma coisa boba , um hobbie, eu nunca pensei que fosse continuar, porque até então eu pensava em fazer direito. Até os meus 18 anos eu não pensava, até que comecei a cursas publicidade e vi que o meu lado criativo era para isso mesmo.  

Quando foi em 2013 eu tive a ideia desse livro, eu pensei que não fosse levar ele pra frente também, mas ai quando eu terminei, pensei ‘’ Meu Deus eu preciso levar esse livro pra frente’’ e ai quando eu mudei para São Paulo eu decidi  tenta, mandei para algumas editoras e ai graças a Deus deu certo. 
 

AVM: Nossa que legal, mas você mandou direto para a Editora Modo ou enviou para outras? 
 
MB:
Eu mandei para duas, na verdade não são todas  as editoras que aceitam novos talentos, infelizmente, eu acho um verdade pecado porque no Brasil já é tão difícil as pessoas se interessarem por leitura e tem grandes talentos que ninguém dá valor. Eu mandei para a editora do André Vianco, A Novo Século daqui de São Paulo e também para a a Modo de Mato Grosso. As duas me aceitaram, as duas aceitam novos talentos, mas de acordo com negociações e oportunidades acabou dando mais certo com a de Modo. 
 

AVM: Quando você procurou as editoras o livro já estava pronto? Quando surgiu a oportunidade de lançá-lo? 

MB:
Já estava sim. A Editora Modo fez uma negociação para publicarem e me ajudaram com o lançamento pela livraria cultura, as divulgações foram feitas por conta própria. 
 
AVM: Quais são os autores ou livros que te inspiraram? 


MB:  Internacionalmente, eu diria que seria a Marian Keyes ( escritora do livro Melancia), eu gosto muito de cotidiano por mais banal que seja, acho incrível por ela retratar isso em 600 páginas e você fica lendo para saber o que vai acontecer e ainda ficar contente de lembrar que viveu algo parecido, já li a maioria dos livros delas. Assim como no meu livro tem algumas situações de amor e amizade que as pessoas conseguem se identificar.  
 

Nacionalmente, Martha Medeiros, O Divã 
Uma mulher passa o livro inteiro conversando com um psicólogo, reclamando do casamento e no decorrer da história ela vai se descobrindo sozinha e o psicólogo só escuta, ele não possui  nenhuma fala no livro. 
 
AVM: E como surgiu a ideia de fazer Os Vagabundos de Plantão? 

 

MB: Essa história vai ser diferente de tudo que você já ouviu na sua vida, é bem complexa como ela surgiu. Quando eu tinha os meus 14 anos, conheci um jogo de RPG e eu jogava pelo o Orkut, nós chamávamos de fake e eu conheci pessoas do Brasil inteiro. Tanto que eu tenho amigos do sul, do Acre, é verdade, não é mentira! 
 



 


 

E dentro do fake nós tínhamos os grupos e tinham vários meios da gente jogar e dentro deles tinham as ligas nomeadas, que eram compostas por competições e para ver qual era a mais popular, bem coisa de adolescente.Vergonha mais ok, tudo bem. Na verdade nem tenho vergonha tenho é orgulho! Eu era dona de uma das ligas junto com uns amigos meus e a gente queria estar lá  o tempo todo para divulgar as festas, brincar, fazer gincanas de uma liga para outra, era divertido.  

Essas pessoas marcaram a minha vida e o jogo também,  naquela época não tinha muita coisa para fazer, mal usávamos o celular, a minha cidade não é pequena mas era menor que SP não tinha muitos lugares para ir. Então marcou minha vida, somos amigos até hoje, as vezes mais amigos do que as pessoas que você tem do lado, já fazem 10 anos. 

AVM: Decidiu criar histórias sobre eles? 
 
MB:
Sempre quis achar um modo tanto de homenagear quanto de  marcar essa história, é importante  exaltar isso para as pessoas. Eu era muito tímida quando eu era mais nova e isso me ajudava muito a sair do casulo, fazer novas amizades, a crescer porque querendo ou não acabava vivendo uma fantasia, eu posso dizer que muitas pessoas ali me ajudaram a crescer e amadurecer. 
 
Procurei um jeito de escrever sobre isso, todos os personagens do livro são baseados em amigos meus, exceto a parte das drogas , somente a parte em si da história. Pensei em transformar isso de uma maneira literária, porque como que as pessoas se interessariam? Não poderia ser uma história apenas de jovens adolescentes, isso não atrai o público. 
 

AVM: Por que escolheu abordar o tráfico de drogas de uma maneira diferenciada? 
 
MB:
Decidi tratar de uma realidade que é pesada, mas que não é tratada dessa forma, porque quando falamos de tráfico de drogas o que vem na nossa cabeça são pessoas de classe baixa, que não tiveram tantas oportunidades na vida, convivem com a violência, somente o que é retratado tanto na mídia quanto na literatura brasileira como A cidade de Deus. Se for analisar bem, não é só isso, se o tráfico existe é por alguma motivo, alguém paga  isso e querendo acreditar ou não é a alta sociedade que também banca, é escondido mas acontece. 
 

Então eu quis pegar essa ideia das ligas e transformar em uma coisa real que tenha impacto, a história é isso, são jovens que não vivem na periferia, jovens normais que escolheram isso. Eles vivem em uma cidade totalmente elitista onde é escancarado que o tráfico é pago pela alta sociedade e eles tem que conviver com a escolha que eles fizeram lutando contra a própria humanidade deles. 
 
AVM: Por que existe essa luta com a própria humanidade deles? 
 
MB:
Porque como eles não foram criados na violência para eles não tem aquela coisa de vai acabar em morte mesmo, para eles é difícil tirar a vida de alguém. Não é igual quando acaba tendo um costume, sendo mais aceitável por viver em meio a violência.  

Para eles a vida das pessoas tem valor, eles vão tentando crescer tanto no relacionamento com outras pessoas tanto nos conflitos consigo mesmo, junto com as escolhas que fizeram. 

 
AVM: Mas por que decidem optar pelar drogas se já fazem parte da alta sociedade? 
 
MB: A tropa principal a VP foi por necessidade de dinheiro mas não como na periferia, era por ser uma classe um pouco mais baixa que as demais, os KRIPTAS são extremamente classe alta, são herdeiros , mas que acabam por serem impostos a trabalhar pelos pais. São todos inconsequentes, optaram pela saída mais fácil, mas agora eles tem que lidar com as consequências. 
 

AVM: Tem quatro tropas ; a Aliada P4, os Kriptas e a Stronda que dividem o território com a VP( cada um atua  em uma região). Eles dividem mas são rivais, não brigam entre eles? 
 
MB: Sim, a história no livro se passa por essa guerra de territórios, que seria a cidade, sendo  maior conflito da história porque obviamente uma tropa não quer mais dividir o território e ficam nessa disputa. No inicio  do livro alguns integrantes já morreram no combate e eles estão tentando chegar em um acordo para  todas as tropas continuarem vendendo as drogas e tendo os seus lucros. Mas sempre tem aquela sede de vingança. 
 

AVM: Tem os personagens Eduardo, Vinicius e o Marcelo, membros da Tropa VP com suas personalidades completamente distintas, como é esta convivência? 
 
MB: Apesar deles serem bem diferentes, de um ser mais humanitário e outro que mais estourado e um que tenha ideias mais mirabolantes e é essa diferença que acaba complementando os três, sempre tem que ter os opostos para que as ideias funcionem. Eles se equilibram um não deixa o outro ultrapassar a zona, o que é mais estourado não deixa o que é mais humano fique só naquilo, já o que é mais humano puxa o que é mais violento atentando que ele está passando dos limites. 
 
É conflitosos, eles irão brigar muito é o que vai deixar a história mais interessante, criando briga dentro da própria tropa, mas eles se complementam e se equilibram, é por causa um do outro que eles sobrevivem. 

 

AVM: Existe um extensão feminina com a Carolina na liderança, teriam as mesmas função que as masculinas, tem as tropas femininas como seria? 
 
MB: A extensão feminina tem menos visibilidade e poder que a masculina, já a Carolina tem maior destaque por ser a personagem principal do livro.  Por querer retratar a realidade, é um ambiente muito violento, por mais que as mulheres deem conta do recado, porque as mulheres são poderosas, as personagens femininas no decorrer da saga vão mostrando muita força até mais que os masculinos, não tenho esse problema de trabalhar. Gosto inclusive de mulheres forte, apoio totalmente, me considero uma delas. No contexto violento aonde eles vivem os homens tomam mais a frente, pela questão de sair do tiro, ter que matar, a parte mais pesada fica com eles, de negociações e vendas de drogas, as mulheres ficaram com parte de organização das festas. 
 

AVM: Achei interessante citar tropas femininas. Mas os três personagens Originais da VP mesmo sendo tão diferentes tem o acordo de proteger Carolina. Por qual motivo? Qual sentimento é provocado neles? 
 
MB: Eu diria que eles tem uma ligação muito forte, ela tem uma ligação individual com eles muito forte. Você vai me perguntar se ela já ficou com eles, sim no livro mostra que ela já ficou com os três, mas não é por isso, não é questão amorosa. 

Ela tem um carinho e uma dedicação com eles muito única, porque assim a maioria deles tem famílias muito complicadas tiveram problemas em casa. Então eles formaram uma família eles mesmo, se uniram e ela cuida muito deles é como se fosse a mulher que cuida de cada um deles, ela dá atenção, apoio carinho, dá posição para cada um deles. O jeito de retribuir deles é esse, colocar ela em pedestal e tratar como se ela fosse frágil, mesmo sabendo que ela não é, mas eles tem tanto medo que aconteça alguma coisa que o juramento deles é proteger ela. 
 
Algumas vezes ela se sente sufocada porque é complicado ter três pessoas assim em cima dela e isso também gera um conflito fazendo ela se desentender loucamente com eles. 
 

AVM:É o começo de uma saga, já pensou na continuação? 


MB:Eu já estou no terceiro livro, porque o primeiro livro acabou sendo dividido em dois por ser muito grande, assim trabalhei o meio da história e o final para deixar algo diferente, fiz o epílogo no final do primeiro livro para dar um gancho para o segundo que já finalizei e agora estou no terceiro. Mas já tenho as ideias na cabeça, já sei como eu quero que termine a história só faltava desenvolver os intermediários. 
 

Aguardamos ansiosos! 
 

O livro está disponível venda online na livraria cultura e disponível em stands da bienal do livro, garanta já o seu! 
 
Quer saber mais sobre essa história? 
 
Acesse a página oficial do livro e  da autora  e no facebook  e visite o site

A escritora, publicitária e estudante de jornalismo Monisse Buchala de 25 anos, naturalizada de São José do Rio Preto, mora atualmente em São Paulo e lançou seu primeiro livro publicado.

‘’ VP Vagabundos de Plantão – A Tropa é sempre prioridade’’.

 

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